Críticas

Crítica | Berlim se salva do desastre por Pedro Alonso, participações e premissa

Published

6 meses ago

01/05/2024

Quando Berlim foi anunciada em 2021, me perguntei qual o propósito de sua existência. Pois, mesmo com a morte do personagem na 2ª temporada, ele teve muito destaque na 3ª, 4ª e 5ª temporada em flashbacks, que no final se conectaram com a história principal, e então não devia ter mais história pra contar, mas sim, tem.

Sinopse: Berlim acompanha a história do famoso ladrão de jóias. Antes de chegar à Casa da Moeda e descobrir sobre sua doença, Berlim (Pedro Alonso) realizou uma série de roubos em joalherias, casas de leilão e carros-fortes, mas seu grande feito aconteceu em Paris, ao reunir uma gangue magistral para planejar um dos roubos mais ambiciosos de todos os tempos: levar quatrocentos e trinta e quatro diamantes da famosa avenida Champs-Élysées, que valem exatos 44 milhões de euros. Explorando as ruas da cidade do amor, ele e sua equipe farão de tudo para ter êxito na missão, mas o grupo espanhol acaba chamando a atenção da polícia local.

Apesar de ser muito fã de La Casa de Papel, posso dizer que me senti um pouco decepcionado com Berlim. Apesar da história seguir uma premissa parecida com a série mãe, não chega a ter a mesma essência, e isso se dá bastante pelos personagens principais do spin-off.

Roi (Julio Peña Fernández), Cameron (Begoña Vargas), Keila (Michelle Jenner), Bruce (Joel Sánchez), e Damián (Tristán Ulloa) não chegam nem perto de ter o mesmo carisma que os assaltantes de La Casa de Papel, e alguns até tentam imitar características, mas passam longe. O que até se aproxima um pouco disso é Damián, que lembra bastante O Professor, vivido por Álvaro Morte na série principal, e faz a gente ter um carinho por ele.

O Berlim de Pedro Alonso segue sendo um dos pontos altos. O ator é bastante carismático e também muito talentoso, o que fez ele se tornar o favorito de muitos, e o motivo de ter uma série spin-off, e ter tantas aparições mesmo depois de morto em La Casa de Papel. Porém, ele não consegue segurar a série sozinho.

Mesmo que tenha uma premissa semelhante, com um assalto, Berlim foca bastante em outros gêneros como o romance dramático, se aproximando de um formato mais novelesco do que a série principal. Uma decisão do criador Álex Pina que pode afastar alguns telespectadores, e isso se refletiu até mesmo nas notas da crítica e público, que foram mais baixas do que costumava ter com La Casa de Papel.

Um dos pontos altos aqui da série foi a qualidade técnica. Não que La Casa de Papel não tivesse, principalmente quando foi comprada pela Netflix, mas aqui é tudo mais grandioso e mais real, um aumento no orçamento que é perceptível, até mesmo pela qualidade de imagem.

O retorno de Raquel e Sierra também foi um ponto positivo da série, as investigadoras que roubaram a cena em La Casa de Papel aparecem aqui pra atrapalhar mais ainda o roubo dos protagonistas, e também para atrair o público que não seria convencido a assistir apenas pelo protagonismo de Berlim, e é tanto que eles colocaram elas já no teaser para atrair atenção do público, não deixando como uma surpresa.

Berlim não é uma série ruim, está longe disso, mas também não chega perto da grandiosidade e do nível que La Casa de Papel teve. Quando assisti o primeiro episódio da série mãe, fiquei de cara empolgado e ansioso para assistir os próximos, coisa que não senti com Berlim de início, e mesmo que a série melhore ao longo dos episódios, não senti a mesma emoção, mesmo que não tenha tanta “enrolação” quanto a série principal.

Diferente de La Casa de Papel, aqui o assalto é resolvido já na primeira temporada, o que é uma garantia dos criadores para a série não ficar sem fim, em uma onda de cancelamentos da Netflix, ao mesmo tempo que deixa um gancho para uma possível segunda temporada, que até pode contar com o retorno de Álvaro Morte como Professor, algo que os fãs querem muito.