Críticas

Crítica | ‘Fazendo Meu Filme’ é uma ótima adaptação e reafirma talento de Bela Fernandes

Published

5 meses ago

02/14/2024

Nesta quarta-feira (14), estreou Fazendo Meu Filme na Prime Video, filme que adapta o livro de 2008 da autora Paula Pimenta. Anunciado em 2020 e pronto desde o final de 2021, o filme ficou na gaveta durante quase três anos, até ser anunciado em janeiro que iria sair direto no streaming. Será que a espera de anos valeu à pena?

trailer de fazendo meu filme

Sinopse: Fani é uma adolescente estudiosa que adora as amigas, vive apaixonada e é louca por cinema. Durante o ano letivo, sua mãe insiste que ela participe de uma seleção para fazer intercâmbio no exterior. E quando Fani passa em primeiro lugar, tem de lidar com sentimentos e conflitos internos ao se descobrir apaixonada por alguém inesperado. Baseado no best-seller de Paula Pimenta.

Assisti Fazendo Meu Filme sem nunca ter tido qualquer contato com o livro, e posso dizer que fiquei feliz com o que vi. Fazendo Meu Filme tem muitos pontos positivos, indo do elenco, até a direção e o roteiro, principalmente. Dissecando por alguns pontos, vamos iniciar com a parte do elenco.

Bela Fernandes está incrível como a protagonista Fani, seu carisma é notável e transparece para a personagem, que toma o protagonismo para si e faz com que torçamos pela personagem. A atriz consegue ir tom cômico para um mais dramático de uma forma muito natural. E as quebras de quarta parede da personagem jamais pareceram artificiais, algo até inovador no cinema brasileiro. E aqui dá até pra traçar um paralelo, pois recentemente Sophia Valverde teve uma atuação bem mediana em Turma da Mônica Jovem, enquanto Bela Fernandes não deixou em nada a desejar, e ambas vieram do SBT, onde até atuaram juntas em As Aventuras de Poliana.

Kiria Malheiros, Julia Svacina, Giovanna Chaves e Alanys Santos, que interperetam a turma da escola de Fani também estão bem nos respectivos papeis, mesmo que algumas, como Kiria, não apareçam tanto. O mesmo se diz do elenco adulto, Samara Felippo como a mãe de Fani mesmo que não apareça tanto, manda muito bem em suas cenas, que são de grande importância para a trama de Fazendo Meu Filme.

Xande Valois como o par romântico Léo também está bem no papel, até mais confortável do que o papel de Cebola também em Turma da Mônica Jovem, e isso pode ser culpa da direção, pois mesmo que se tenha um bom elenco, não dá pra ir bem se não tem um diretor que seja hábil em conduzir, coisa que aconteceu no outro filme (não apenas com o elenco), e não aqui.

Pedro Antônio, que dirige Fazendo Meu Filme também foi o responsável por outros filmes brasileiros, e tem muito talento. É o primeiro filme do diretor que assisto, mas sua técnica, o estilo de gravação e a forma com que escolhe alguns planos mostra que ele realmente sabe o que está fazendo. A montagem do filme também é hábil, não é confusa e faz com que o filme seja perfeitamente entendível, algo que se não for bem feito desmerece muito o projeto.

Pedro Antônio (diretor) e Paula Pimenta, autora do livro

Mas como nem tudo são flores, pois o filme tem alguns problemas, e o que mais incomodou foi a mixagem de som. Os diálogos às vezes são muito baixos e a dificuldade para entender o que está sendo falado na cena é enorme, bem como alguns sons que surgem do nada com um som estrondoso sem motivo, desnecessário. Não é algo que torne o filme um desastre, mas que sim, incomoda bastante.

Outro ponto negativo é, mesmo que Fazendo Meu Filme tenha “apenas” 1h35 de duração, se torna cansativo por algumas situações que se repetem muito ou que parecem artificiais, e deixa muito a desejar nessa parte.

Fazendo Meu Filme termina com indícios de que terá uma continuação, e se depender do material original, tem muita história para contar, já que existem mais três livros escritos por Paula Pimenta para virarem filme. Tudo irá depender do desempenho do filme no streaming.