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Crítica | ‘Gran Turismo: De Jogador a Corredor’: uma obra em defesa aos videogames

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Desafio, superação e videogame. Essas três palavras podem definir, ainda que brevemente, a trama de Gran Turismo: De Jogador a Corredor (Gran Turismo: Based On a True Story, 2023). Dirigido por Neill Blomkamp, o filme homenageia o videogame que simula corridas automobilísticas, contando o processo de criação do produto e exaltando suas qualidades por meio da história de Jann Mardenborough, piloto britânico profissional. 

A produção conta a trajetória de Mardenborough, interpretado por Archie Madekwe, vencedor da competição de Gran Turismo elaborada por Danny Moore (Orlando Bloom), diretor de marketing da Nintendo, que seleciona os 20 melhores jogadores do mundo em disputa por uma vaga na equipe de corrida da marca. Com o treinamento do ex-piloto Jack Salter (David Harbour), ele passa a correr buscando pódio, requisito para se consolidar como piloto. Por meio dos três personagens centrais, o longa aborda diferentes discussões acerca da profissão e também do hábito de jogar videogame. 

Durante o concurso são exploradas as habilidades e o condicionamento físico que os 20 participantes, dos quais apenas duas são mulheres, precisam alcançar para atuar como automobilistas profissionais. Imagem: Divulgação/ Sony 

Para além de explorar o interesse comercial por trás das equipes, Moore defende a ideia dos videogames como meio para aperfeiçoar diversas habilidades de quem os joga. Salter, por sua vez, impede que a profissão de piloto seja romantizada pelo filme, evidenciando traumas e dificuldades que podem surgir e a influência da posição social e das condições financeiras na inserção do indivíduo no cenário das competições. Aspectos subjetivos, como relacionamentos e expectativas, aparecem a partir da trajetória de Jann, ainda que sem tanto destaque quanto os que constituem o universo das corridas. 

A relação do protagonista com sua família e o videogame forma um triângulo no qual a dedicação de Mardenborough ao jogo é intensamente criticada, principalmente por seu pai, que considera a prática um entrave a um bom futuro profissional. Enquanto isso,  Jann a enxerga como um meio para realizar seu sonho e conquistar a aprovação e o orgulho de seus familiares. Apesar da dualidade de opiniões, Gran Turismo: De Jogador a Corredor destaca posicionamentos favoráveis aos jogos na maior parte do tempo.

A construção da parceria e a troca entre Jann e Salter forma um dos arcos principais e mais bonitos, que promove o debate acerca dos bastidores e a saúde mental dos competidores. Imagem: Divulgação/ Sony Pictures

Cumprindo com a proposta de ter Gran Turismo como um dos aspectos centrais da narrativa, o longa faz uma boa junção entre os games e a vida real por meio dos efeitos visuais. É comum a transição entre cenários virtuais e o vivenciado pelo protagonista, além da integração dos gráficos do jogo às cenas, que reforça sua presença durante toda a trajetória de Jann, cuja linha de raciocínio é ilustrada  e relacionada diretamente às habilidades desenvolvidas durante as corridas virtuais. 

O CGI (Computer-Generated Imagery) é bem aplicado e agrega no que tange às competições, enriquecendo a fotografia com detalhes e conferindo-a um grau de verossimilhança que imerge o espectador, como se ele estivesse assistindo aos pilotos pessoalmente, porém com acesso aos bastidores e às suas reações no interior dos veículos. A escolha do ângulo da imagem em determinados episódios acerta ao constituir uma espécie de simulador, trazendo a audiência para o centro das ações e, até mesmo, colocando-a na posição do protagonista.

O próprio Jann Mardenborough participou do filme como dublê de Archie Madekwe. Imagem: Reprodução/ Instagram @jannthaman.

Os elementos técnicos da produção são coesos, dado que aspectos da luminosidade e a qualidade da imagem se aliam à trilha sonora e dão a cada momento os recursos necessários para que o esperado nível de comoção do público seja atingido, principalmente no que diz respeito às cenas de ação. Apesar de as corridas terem o maior tempo de tela, o dinamismo da sequência de episódios impede que o longa seja denso e cansativo.  

Gran Turismo: De Jogador a Corredor é construído ao redor de uma temática específica, – as corridas – mas a aborda de forma que, por mais que quem assista seja leigo no assunto, é possível compreender as dificuldades de cada uma delas e o que representam para a carreira de Jann Mardenborough. Defendendo uma opinião acerca dos videogames, ele emociona com trajetória de superação e realização de sonho tido como impossível em um primeiro momento.

Avaliação: 5 de 5.

Gran Turismo: De Jogador a Corredor chega aos cinemas no dia 24 de agosto. 

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