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CRÍTICA | X-Men 97 é a definição de tudo o que o MCU precisa

Marvel choca ao lançar sua melhor produção desde… sempre. X-Men é uma obra divina.

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X-Men

Quando foi anunciada, X-Men 97 sofreu diversas críticas, entre elas a de que a Marvel, em seu pior momento, estragaria toda uma gama incrível de histórias extraordinárias dos mutantes e, principalmente, de sua melhor equipe.

Essa visão mudou quase que totalmente quando foi lançado o primeiro trailer da animação, mas prestou atenção no “quase” ali? Exatamente, mesmo com um trailer espetacular, nem mesmo assim a série foi “bem vista”, mas esse ponto é o que a gente não se importa e só tô mostrando para vocês, para verem onde chegaremos. A meia duzia de masturbadores criticaram a animação e até a milésima geração dos produtores da Marvel por não conter a sexualização árdua na Vampira. Fim.

Para começar, veja essa perfeição de abertura da animação.

Criada, idealizada e produzida por Beau DeMayo, X-Men 97 bebe fortemente da fonte principal de um filme baseado em quadrinhos: os próprios quadrinhos. Mas não é só isso, a grandiosidade nessa animação é um ponto “normal” pra ela, porque tudo aqui é grandioso, seja as referências, os cameos que não incomodam em nada na história, passando pelo roteiro, direção, arte, história principal, subtramas, profundidade dos personagens e ufa, o ato final. Sobre o produtor, infelizmente a Marvel o demitiu, sem especificar motivos, e ele não terminou a 3ª temporada, que já estava em desenvolvimento.

O próprio Beau afirmou que desenvolveu um plano de cinco temporadas para a animação. A 2ª já está confirmada, a 3ª em desenvolvimento e, segundo rumores, a Marvel Animation pretende diversas temporadas para X-Men 97 que vem sendo um sucesso avassalador da casa das ideias, e não é de se assustar, afinal, de todas as produções feitas na história com personagens da Marvel, essa é de longe a mais fielmente fiel ao seu produto original.

A começar pelo roteiro, DeMayo é excelente nesse ponto, amarrando todas as tramas da série, fidelizando os personagens e potencializando cada núcleo sem abandonar o outro. E isso se deve muito ao fato das subtramas serem, indiretamente, interligadas e ligadas aos acontecimentos posteriores, como, por exemplo, a “saída” de Ororo para sua autodescoberta e voltando direto pra elite. E a gente ainda pode passear pelas subs de Jean e Scott e seu problema como pai novato, aqui ele pelo menos não abandonou Nathan, a individualidade na trama do triangulo amoroso composto pelo casal Summers e Wolverine, pouco desenvolvido, até porque não era um foco, mas bem feito e explicado até onde tem que ir, mesmo persistindo o amor de Logan pela sua ruiva. As subs também trabalham perfeitamente o núcleo mais “parado” da animação, composto por Fera, Morfo, Jubileu, Noturno e Roberto da Costa, no momento exato, cada um deles tem seu momento de coadjuvante estrelando. Isso tudo sem falar no ponto principal que é a relação de Charles Xavier e Magneto, dispensa comentários sobre o quão esplendido é feita a interação deles no “melhor” e pior momento. 

X-Men 97 mergulha lindamente nas histórias dos quadrinhos, dando grandioso destaque para as sagas de Chris Claremont, e aqui há muito disso e extremamente bem trabalhado. Além dessas histórias estarem presentes em todo frame, temos as participações especiais – ou cameos, como quiserem. Neste ponto, Beau trabalha de maneira gloriosa a introdução de cada participação sem a necessidade de explicação obvia do porquê estar ali, mas se você presta atenção, é tudo explicado através do que vemos e isso torna a animação ainda mais linda, porque não precisa de uma história pra contar outra, neste caso, os cameos, os acontecimentos por si só já são a resposta para as introduções, e aqui tivemos várias, principalmente graças ao Morfo. Podemos chamar isso facilmente de Cameo Gourmet e Participações especiais de luxo em X-Men 97.

Trabalhando diversas referências, Beau desenvolve uma trama com grandes críticas politicas, algumas sobre sua vivência e outras sobre o mundo, afinal, X-Men 97, as histórias dos mutantes da Marvel, se espelha muito na dura batalha de minorias pela sobrevivência no mundo real que está disposto a dizimá-los sem quaisquer punições. DeMayo trabalha isso de maneira linda, tocando e, principalmente, real, sem tirar nem por, sem exagerar ou esconder, é jogado na lata, na tua lata, na nossa lata, e se você não entende esse ponto político que sempre foi carregado nos mutantes, ou você procura entender, ou você é só mais um como todos que querem eliminar as minorias. Como o próprio criador disse, o massacre de Genosha foi inspirado no Massacre da Pulse, em 2016, balada LGBT em que Beau viveu boas histórias lá dentro.

Eu festejei no Pulse. Foi o meu clube. Tenho tantas ótimas lembranças de seu incrível salão branco. Era, como Genosha, um espaço seguro para mim e para todos como eu dançarmos, rirmos e sermos livres. Pensei muito sobre isso ao elaborar esta temporada e este episódio, e como a comunidade gay em Orlando se recuperou desse evento. Como muitos de nós que crescemos assistindo ao desenho animado original, os X-Men foram duramente atingidos pela realidade de um mundo adulto e inseguro.” – Beau DeMayo

A política aqui não fica de lado, assim como não ficou quando o Brasil rejeitou os mutantes em 2019 nos quadrinhos, e se fosse na vida real, seria igualmente idêntico, dada a época era a escuridão do nosso país. Os mutantes são uma referência para o mundo assim como o mundo é uma referência para os mutantes, mas cabe a nós saber entender e compreender sua causa, se entendemos e não ligamos, nós somos tudo aquilo no qual eles lutam, se entendemos e nos importamos, somos todas aquelas pessoas que, mesmo sem o Gene X, são respeitadas por eles. Os mutantes são o espelho de um mundo caótico e abominador, fadado ao caos e destruição, interligado com a probabilidade quase total de sempre matar alguma pessoa que só luta pela vida que, todos os dias, as pessoas querem nos tirar. A história mutante é sobre uma política devastadora e uma legião de pessoas prontas a tirar seu direito de viver, e a luta mutante é inspiradora.

X-Men 97 soube trazer toda a garra mutante numa história absurdamente linda e incansavelmente bem escrita, cheia de diálogos pesados, fortes, duros e reais. Cheia de cameos muito bem feitos, roteiro e direção muito bem feitos que engrandecem ainda mais X-Men 97 e é nisso que a Marvel precisa focar, roteiro e direção de respeito, pegar essa animação dos mutantes e tirar como base para tudo o que venha fazer no MCU daqui para a frente, pois se seguir a grandiosidade deste trabalho, os fãs serão recompensados com coisas grandiosas.

Avaliação: 5 de 5.

X-Men 97 está completa e disponível no Disney+.

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