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Crítica | Nan e suas amigas lutam para sobreviver aos dilemas dos anos 70

Confira a crítica completa sobre  “The Buccaneers” com spoilers

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Os romances de época vivenciaram um ressurgimento marcante com o impacto de Bridgerton. É inegável que a produção da Netflix, liderada por Shonda Rhimes e adaptada dos livros de Julia Quinn, injetou uma abordagem revitalizante em um gênero já consagrado, como observado nas diversas adaptações das obras de Jane Austen. No entanto, longe de ser um fenômeno isolado, Bridgerton sinalizou o início de um movimento que agora destaca uma nova protagonista: “The Buccaneers”.

Assim como Bridgerton, a série se baseia em uma obra literária, mas neste caso, as liberdades tomadas são ainda mais audaciosas, dado que o material original é um livro inacabado da romancista Edith Wharton, publicado em 1938.

Conhecer essa origem confere um caráter especial ao tratamento dado à história das cinco amigas americanas que se aventuram na alta sociedade inglesa. Na série, temas contemporâneos como sexualidade, liberdade, relacionamentos abusivos e slut-shaming, discutidos abertamente nos dias atuais, são incorporados à narrativa de época com naturalidade e um olhar atento.

Crítica completa

Ao longo de oito episódios, a série acompanha a jornada de Conchita, Nan, Jinny, Lizzy e Mabel, jovens mulheres cujas famílias prosperaram nos Estados Unidos dos anos 1870 e que agora buscam esposos na aristocracia inglesa. Embora essa premissa possa enquadrar a série nas expectativas de seu público-alvo, a trama não se limita a cortejos e dilemas amorosos, pelo menos não de maneira convencional.

Este é o ponto crucial que diferencia “The Buccaneers” de sua predecessora no streaming: enquanto Bridgerton é uma série de romance com elementos de drama familiar e discussões sociais pontuais, a produção do Apple TV+ concentra-se nas protagonistas femininas e em seus dilemas pessoais, sejam eles românticos ou não.

“The Buccaneers” se destaca não apenas por romances de época, mas também pela profundidade que a série consegue dar às histórias dessas mulheres de épocas que vivem numa sociedade onde são pressionadas a encontrar um marido com títulos e, ao mesmo tempo, conseguem mergulhar em suas histórias individuais.

Nan St. George (interpretada por Katherine Froseth) é uma personagem de personalidade forte. Mas quando ela descobre que é fruto de um caso de seu pai, sua vida muda completamente, porque ela tem medo de como a sociedade vai julgá-la.

No começo, ela parece não se importar, mas tudo muda quando Theo (Guy Remmers) e Guy (Matthew Broome) entram em sua vida. Quando a jovem começa a se envolver com os dois, tudo começa a desandar, e Froseth atua muito bem, entregando nuances sensacionais para essa personagem.

Agora Jinny St. George (interpretada por Imogen Waterhouse) e Lizzy Elmsworth (interpretada por Aubri Ibrag) são personagens que entram em conflito por conta de um homem. Mas, no fim, ambas têm que lidar com as consequências de serem vítimas do abuso desse mesmo homem. Isso é um dos pontos que fala diretamente com a nossa sociedade, onde diversas mulheres sofrem algum tipo de violência, muitas das vezes lidando com isso sozinhas.

Conchita (interpretada por Alisha Boe) é uma personagem excelente, de espírito livre. A jovem não gosta do fato de ter que se moldar para agradar os outros e de fato não faz isso. Devido a esse fator, seu casamento é posto à prova, e nesse ponto ela brilha muito. De fato, ela é uma das personagens mais autênticas e fortes nessa série.

E, por fim, Mabel (interpretada por Josie Totah) é uma jovem diferente de suas amigas. Ela nutre um amor proibido por outra jovem, e a premissa de Mabel é muito boa, apesar de ser pouco desenvolvida. Espero ver mais dessa personagem na próxima temporada. Em totalidade, a série nos presenteia com uma produção de qualidade.

Os cenários são agridoces. A história contada nessa temporada é enriquecedora, o final em que Nan se sacrifica pelo bem de sua família foi totalmente inesperado, e o gancho final com a aparição de sua biológica bem no momento em que vai conseguir o título mais cobiçado de Londres. E de brinde, tivemos no último ato ao som de “Long Live”, fazendo parte da trilha sonora impecável de “The Buccaneers”.

Avaliação: 4 de 5.
Confira o trailer

Assista “The Buccaneers” somente na AppleTv+

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