HOMEM-ARANHA ATRAVÉS DO ARANHAVERSO – CRÍTICA

Nesta sequência, vencedora do Oscar de Melhor Animação de 2018, vemos um Miles Morales mais maduro e ao mesmo tempo, um adolescente que bate de frente com seus pais em relação aos seus quereres, afinal, é um adolescente de apenas 15 anos que quer porque quer várias coisas, mas seus pais o impedem por cuidado e amor, como de costume em milhares de famílias mundo à fora. Os pais de Miles, Rio e Jeff, têm grande destaque no filme, principalmente por tentar conter o filho e sua truculência adolescente.

Já Gwen Stacy, tem muito mais destaque aqui que no primeiro filme. Seu desenvolvimento é muito maior que no anterior, tanto em seu núcleo pessoal quando no heroico, aprofundando até mais sua relação com Miles.

As adições de Miguel O’Hara, o Homem-Aranha 2099 e Jessica Drew como Mulher-Aranha, são ótimas! E por falar em O’Hara, o trabalho de voz de Oscar Isaac, como herói, é espetacular e se destaca, assim como sua história. Miguel, de fato, tem um papel fundamental no que o filme propõe e para o futuro. E, acaba não sendo algo bom, ou até mesmo simples, pois é algo que tece a teia do aranhaverso na mesma proporção que pode vir a destruí-lo.

O filme apresenta uma narrativa imersiva nas teias do aranhaverso, mostrando dezenas de milhares de aranhas em todos os cantos da tela, desde o Gato-Aranha até o Cavalo-Aranha, ou em tempos pré-históricos, um Aranha-Rex. São tantas seres aranhas que você se perde tentando achá-los, e até mesmo de lembrar seus tantos e tantos nomes.

Em meio à milhares de personagens mostrados, aranhas ou não, há um vilão. Na verdade, dois vilões! O primeiro, sendo o Mancha, que tem sua origem apresentada, assim como seu plano para se tornar um vilão imponente, e é aqui que o filme começa a “piorar” para nossos heróis. Mancha não só quer ser o maior vilão do Homem-Aranha, mas é algo muito maior, muito além disso, é a vontade de poder inexplicável que, da mesma forma que consome o ser, corrompe ele, mas a história do Mancha vai além de “Através do Aranhaverso”, iremos vê-lo no ápice de seu poder no terceiro filme que estreia no próximo ano.

O outro vilão, que é o vilão improvável, aquele que você menos espera, ou até mesmo não está no alcance dos nossos olhos, mas sim de outros. É aquele ser que, por fazer algo tão normal para ele, pode se tornar o destruidor, o percursor do fim de tudo, ou até mesmo o ser mais brutal de todos, mesmo sem intenção, mas brutal.

Um dos grandes destaques de ‘Através do Aranhaverso’, fica com Spider-Punk, ele literalmente rouba a cena, além de ter um dos visuais mais incríveis de todo o filme. Aliás, o trabalho do vencedor do Oscar, Daniel Kaluuya, emprestando sua voz para o herói, é incrível e glorioso. Outro destaque é o Spider-Man Indiano, que tem seu jeito de lutar, seu amor incondicional por sua amada, seu jeito de ver o mundo e até de salvar seu próprio mundo, que encanta.

Homem-Aranha Através do Aranhaverso oferece uma trilha sonora espetacular, que te joga de cara no hexágono dos universos e cenas, sejam elas divertidas, de ação ou dramáticas. O filme é o grande triunfo para o gênero de heróis este ano, e não será nada surpreendente se aparecer nos indicados a Melhor Filme do Oscar, e talvez até em outras categorias, afinal, Através do Aranhaverso é uma volúpia extraordinária.

É inegável que o primeiro filme revolucionou as animações, e é facilmente um longa nota 10, mas ‘Através do Aranhaverso’ é nota 11, ele eleva a régua da grandiosidade cinematográfica que o primeiro propõe. Ver a forma na qual os personagens são desenvolvidos e suas respectivas evoluções de um filme para o outro é de encher os olhos, o aprofundamento da história é grandioso e eles tratam o telespectador, os fãs, como parte de seu Aranhaverso, levando-os junto com eles nessa viagem multiversal alucinante.

Homem-Aranha Através do Aranhaverso é uma ópera multiversal como nunca vimos, um brilho inexplicável aos olhos, é selvagem, é divertido, é uma carta de amor escrita à tinta de ouro para os fãs do maior e mais incrível herói da Marvel. É um filme que teceu uma teia entre o surreal e o extraordinário. É um filme com uma variação infinita de animações em uma única animação que não consegue-se nem contar nos dedos que temos. Um filme que não só enche os olhos, mas a alma, o coração e alimenta o viver.

Nota: 5/5

Homem-Aranha Através do Aranhaverso estreia em 01 de junho nos cinemas.