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Selton Mello, Matheus Nachtergaele e Taís Araújo falam sobre O Auto da Compadecida 2 na CCXP

Published

7 meses ago

12/02/2023

O Auto da Compadecida 2 teve um painel lindo na CCXP 23, onde foi mostrado o primeiro teaser e novidades sobre o filme, que estreia em dezembro de 2024. E junto a isso, o elenco principal, composto por Selton Mello, Matheus Nachtergaele e Taís Araújo falaram um pouco sobre a experiência de gravar a sequência de um filme tão importante, e no caso de Taís, de substituir Fernanda Montenegro no papel; confira abaixo uma descrição da entrevista.

Selton Mello iniciou falando sobre a experiência de retornar para uma sequência [O Auto da Compadecida 2]: “Primeiro queria pedir pra ascender à luz mas o Guel Arraes, na verdade foi um encontro muito feliz e achamos que o Brasil também merecia esse encontro, não só a gente. É uma história/roteiro original, mas respeitando muito o universo do Ariano [Suassuna], é isso deu muita coragem e fé na arte de fazer isso tudo e entregar pra vocês”.

Ele ainda falou sobre o elenco novo que chega para O Auto da Compadecida 2: “São atores novos maravilhosos! Todos estão brilhando muito, imagino a responsabilidade deles, era uma curiosidade que eu tinha: ‘e os outros que estão chegando?’. Cada um tem uma responsabilidade muito grande, e estão brilhando muito”.

Por fim, Selton Mello falou sobre a dificuldade de fazer um filme assim quando se tem tanta tecnologia hoje em dia: “Foi uma produção gigante, muito complicada. Sim, tem a tecnologia e todo esse aparato, mas a favor do personagem e da história, o que interessa é a humanidade dos personagens. continuar emocionando e divertindo o público”.

Matheus Nachtergaele também falou um pouco sobre retornar para O Auto da Compadecida 2 após 25 anos: “O João Grilo e o Chicó ficaram na nossa cabeça como lendas vivas, e não são só nossos, mas das pessoas também. Deu medo e atração sabe? Foi emocionante, forte e deu desejo de amar o Brasil de novo, de gostar de ser brasileiro de verdade de novo, lotar as salas de cinema com filme brasileiro de novo. Tá tudo tão bonito, fizemos com tanto esforço para devolver o carinho que recebemos nesses 25 anos e a experiência ser do caralho“.

Ele falou um pouco sobre a história de O Auto da Compadecida 2 também: “É uma história totalmente original, os amigos se encontras após 25 anos, e é um reencontro lindo, mas a verdade é que o tempo passou mas a alma deles permaneceu criança e encontram um no outro a amizade e o conforto“.

Taís Araújo iniciou falando sobre o peso que é substituir Fernanda Montenegro no papel de Nossa Senhora em O Auto da Compadecida 2: “Eu e a Fernanda [Montenegro] conversamos, muito querida mesmo. Conversamos muito sobre a Nossa Senhora e a importância de múltiplas representações. Fernanda é nossa grande referência de atriz, então não é uma substituição por que não tem como substituir ela. É uma nova representação, uma nova Nossa Senhora“.

“Nós conversamos muito sobre perdão, misericórdia e compaixão que estão dentro do nosso imaginário sobre Nossa Senhora. Nossa preparação foi muito em cima disso, e esse universo é muito construído na cabeça de todo brasileiro. Corri por fora também para ficar mais firme quando eles chegassem no set“, continuou.

Ela ainda falou um pouco sobre como se envolveu na produção de O Auto da Compadecida 2: “Meu primeiro contato com o Auto [da Compadecida] foi com a peça, mas arrematada eu fui pelo filme. Ele é tão forte que quando fui convidada pra fazer sentei com meus filhos e eles foram completamente arrematados pelo filme também“.

Por fim, Taís Araújo falou sobre a importância de uma pessoa preta interpretando um papel de destaque no filme, e também no imaginário popular e religioso brasileiro, Nossa Senhora: “Eu acho importante, a população preta sempre foi muito sub representada. No Cine Favela sim, tem! Mas não somos só isso, somos pessoas múltiplas e não queremos nos ver representados de uma única maneira, isso coloca a gente num lugar sem subjetividade“.

Continuou: “Nós somos muitos e agora estamos vendo muito mais representatividade em todos os lugares, mas se pensar no cinema, a representatividade da mulher negra é muito menor que dos homens negros. A gente não quer ver o preto só morrendo, mas a produção de cultura, a contribuição da favela para o país. Falta muito em relação a isso no cinema e tenho esperança de que estamos indo para um caminho mais interessante e inteligente para o país“.