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Crítica | ‘Garfield – Fora de Casa’: a origem do gato mais preguiçoso das animações

Novo filme do Garfield explora o passado do personagem em história engraçada, mas de roteiro pouco original

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Novo filme do Garfield explora o passado do personagem em história engraçada, mas de roteiro pouco original

O filme Garfield – Fora de Casa (The Garfield Movie, 2024) chegou aos cinemas brasileiros na última quarta-feira (1). Sob a direção de Mark Dindal, a animação diverte ao juntar o humor característico de Garfield (Chris Pratt) com elementos visuais, sonoros e a interação com o público. No entanto, apesar da novidade ao resgatar as origens do personagem, o roteiro apresenta uma história que, mesmo com episódios e características próprias, se mistura em uma infinidade de animações distanciando-se da originalidade.

O longa é introduzido pelo próprio gato, que estabelece um diálogo com os espectadores a partir da ironia e da comicidade. As primeiras cenas remetem a época quando Garfield, ainda filhote, se encontra sozinho e assustado na rua até que é adotado por Jon (Nicholas Hoult). A partir do encontro, o ele e o melhor amigo, Odie, mostram a rotina da casa, marcada pela mordomia e preguiça do felino que odeia segunda-feira.

Entre figuras já conhecidas como Garfield e Odie, Vic surge como uma incógnita, cuja personalidade e confiança só se estabelecem no final da história. Imagem: Reprodução

Tudo muda quando, em um dos assaltos à geladeira na madrugada, Garfield e Odie são sequestrados pela vilã Jinx (Hannah Waddingham), uma gata branca, vaidosa e temperamental que captura ambos para atrair seu verdadeiro inimigo: Vic (Samuel L. Jackson), pai do Garfield. O pivô da confusão e também personagem central da narrativa não demora a aparecer para tentar resgatar a dupla e, depois da falha na missão, embarca com os recém-capturados em uma jornada inusitada e cercada pelo sentimentalismo, que trabalha o amadurecimento diante de relações mal resolvidas.

A partir daí surge o arco norteador do filme: o relacionamento entre Garfield e Vic. Desde a primeira cena, é possível perceber e se compadecer com a mágoa do protagonista pelo suposto abandono do pai, quem não via desde que foi adotado. Com a iminente aproximação, o caráter cômico é empregado para ilustrar a resistência do protagonista e, ao mesmo tempo, a vontade de aproximação enquanto ambos são obrigados a trabalhar juntos.

No jeito de falar, temperamento ou na aparência, a construção caricatural de Jinx, ao mesmo tempo que impõe sua vilania, contribui para a descontração no roteiro. Imagem: Reprodução

Apesar de ser uma produção emotiva, que também aborda com sensibilidade temáticas sérias como o maltrato aos animais, o roteiro peca ao tentar combinar narrativas externas ao núcleo central. Exceto pela vilã, os outros personagens acabam não tendo uma conexão bem estabelecida e parecem um tanto soltos, sem um papel essencial para a história ao passo que poderiam ser substituídos por outros. No fim, a estrutura cumpre o papel de entreter e dar o espaço exigido por uma figura célebre como Garfield.

No que diz respeito às características técnicas, o filme de Mark Dindal não poupa recursos e ambientaliza com excelência a sequência de episódios, apresentados de forma dinâmica e pouco repetitiva. A trilha sonora, majoritariamente composta por instrumentais de efeito, aparece alta e marcada, com a intenção de ser percebida por quem assiste e destacar as emoções exigidas pelos acontecimentos. Juntamente ao som, o estilo de animação vem para somar não só com os traços ricos nos detalhes, mas com o uso das cores, alternando entre tons vibrantes conforme o teor e o sentimento dos personagens. 

O longa se mantém fiel às marcas registradas de Garfield como a fome infinita, o amor por lasanhas e o proporcional ódio por segunda-feira. Imagem: Reprodução

Em suma, Garfield – Fora de Casa pode não ter o roteiro tão original quanto o esperado para um clássico dos anos 1970, mas preserva as características originais do personagem e aposta na primazia técnica. Além disso, a adição de elementos contemporâneos como o serviço de delivery e os celulares aliada a constante interação com o público, garante uma relação de proximidade e identificação com o universo do felino. O mais novo filme do Garfield é a típica animação que prioriza o entretenimento e a comicidade, no estilo “I Feel Good(eu me sinto bem) já previsto na trilha sonora de projetos anteriores.

‘GARFIELD – FORA DE CASA’ ESTREOU DIA 1 DE MAIO NOS CINEMAS

Avaliação: 4 de 5.
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