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Crítica | “Mamonas Assassinas: O Filme” aposta na comicidade musical

Em meio a falhas de edição e roteiro, produção celebra a vida dos músicos e evita abordagem trágica ou sensacionalista

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"Mamonas Assassinas: O Filme" recria um dos principais shows da carreira da banda.

Depois de Claudinho e Buchecha e Gal Costa terem suas histórias contadas nas telonas, chegou a vez dos meninos de Guarulhos. Mamonas Assassinas: O Filme se junta a títulos como Nosso Sonho e Meu Nome é Gal entre as cinebiografias brasileiras de 2023, quase 30 anos após o acidente que matou o grupo, e será lançado na próxima quinta-feira (28). Sob direção de Edson Spinello, o filme carrega o mantra “o impossível não existe” e homenageia a história da banda de forma apressada, mas fiel ao humor característico de suas músicas.

O recorte temporal estabelecido pelo roteiro compreende desde o período anterior à formação do grupo até seu embarque para o último show antes do acidente que vitimou os 5 músicos. Dessa forma, os minutos iniciais se dividem em dois núcleos: os irmãos Samuel (Adriano Tunes) e Sérgio Reoli (Rener Freitas), que compunham a banda Utopia com o guitarrista Bento Hinoto (Alberto Hinoto) e o tecladista Júlio Rasec (Robson Lima), e Alexandre Alves, o Dinho (Ruy Brissac), que ganhava a vida fazendo bicos e queria ficar famoso à qualquer custo, mesmo que ninguém o levasse a sério.

A banda compôs e gravou seu primeiro disco, “Mamonas Assassinas”, em apenas 12 dias e alcançou a venda de 3 milhões de cópias no mesmo ano, em 1995. Imagem: Reprodução/ Youtube.

A união entre as duas partes se dá após a primeira apresentação da banda em sua formação oficial, quando Dinho se voluntaria para tocar com Utopia e manifesta interesse em ser um membro oficial. Em meio a desentendimentos, os integrantes percebem a sintonia no palco e partem em busca de um empresário e dos recursos necessários para gravar seu primeiro disco, agora com a assinatura de “Mamonas Assassinas”, nome criado em conjunto por eles.

Centrada na carreira dos meninos, a narrativa abre espaço para explorar suas vidas pessoais, o que é natural já que a história de cada um é intrínseca à da banda. No entanto, o roteiro apressado não permite que isso seja feito adequadamente e os acontecimentos e relações que permeiam a trajetória dos personagens são superficialmente desenvolvidos em cenas de curta duração. A falha atinge principalmente Hinoto e Rasec, que pouco aparecem e se restringem a alguns momentos marcantes que, na construção da trama, parecem aleatórios.

Fernanda Schneider e Jéssica Córes dão vida, respectivamente, às namoradas de Dinho e Sérgio, porém o pouco tempo de tela prejudica o desenrolar dos romances. Imagem: Reprodução/ Youtube. 

“Tudo é possível quando vocês querem. Acreditem em vocês!”. A frase foi dita por Dinho em show lotado no Ginásio Pascoal Thomeu de Guarulhos (SP) em 1996 e é ela que compõe uma das primeiras cenas do filme e se consolida como a maior mensagem por trás dele. Mesmo que a edição erre em alguns momentos, com cortes secos e rápidos que confundem a temporalidade da história, a produção cumpre com o objetivo de homenagear a essência dos Mamonas.

Desde o início é possível perceber a conotação poética e espiritual adotada pela direção, que preza por manter o legado de persistência e revolução do grupo na música brasileira e eternizar sua obra, sem cair em teor sensacionalista possivelmente provocado pela fatalidade que pôs fim a ele. No entanto, com o passar do tempo, a abordagem também adota o humor, tal como em “Pelados em Santos”, “Robocop Gay” e outras composições que marcam presença em todo o tempo de tela.

Com caracterização que chama a atenção pela semelhança do elenco com  a banda original, Mamonas Assassinas: O Filme é leve, descontraído e celebra a história da banda com alegria e nostalgia. O dinamismo das cenas e a persistência dos músicos, associada ao bom proveito de sua discografia na composição da trilha sonora, transporta o público para seu universo, ainda que com algumas falhas técnicas. Em suma, a produção agrada os fãs, mas seus deslizes não passam despercebidos por quem busca algo mais rebuscado.

‘MAMONAS ASSASSINAS: O FILME’ ESTREIA DIA 28 DE DEZEMBRO NOS CINEMAS.

Avaliação: 3 de 5.
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